terça-feira, 7 de maio de 2019

PROPOSTA DE REDAÇÃO ENEM: ACIDENTES DE TRÂNSITO


aulas particulares de redação, on line e presencial. Preços favoráveis. Informe-se  no link:

Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O flagelo dos acidentes de trânsito ”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 

texto1
O número de acidentes de trânsito registrados pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) diminuiu neste verão em relação à temporada passada. No entanto, preocupa os policiais o fato de que o número de mortos e feridos aumentou. Foram registrados 10 óbitos, todos no Litoral Norte. Os dados de 75 dias da Operação Golfinho em estradas estaduais do litoral gaúcho são do período de 15 de dezembro de 2018 até 27 de fevereiro deste ano. 
A comparação foi feita com o verão passado, do início da ação na região até 27 de fevereiro do ano passado. Um novo balanço deve ser divulgado após quarta-feira (6), com os dados do Carnaval

Em relação às ocorrências, foram registrados 279 acidentes na temporada atual, 12% a menos do que no período passado, quando houve 318 casos. Apesar da redução, o Litoral teve uma média de pelo menos três registros deste tipo nos últimos dois meses e meio. Neste verão houve 10 mortes nas estradas estaduais, todas no Litoral Norte, e no período anterior foram sete. O Litoral Sul, que teve duas mortes nas estradas estaduais na última Operação Golfinho, e na atual não teve registros. Além disso, 244 pessoas se feriram em acidentes, sendo 207 no Litoral Norte. Ao todo, houve um aumento de 10% em relação à temporada passada, quando houve 221 feridos. 
O CRBM afirma que recebeu novos aparelhos tecnológicos neste verão e que intensificou a fiscalização, principalmente nos feriados. Durante este Carnaval, várias ações têm sido realizadas para coibir excessos de velocidade, ultrapassagens proibidas, entre outras infrações de trânsito que geralmente são as que mais causam acidentes. No sábado (2), por exemplo, o CRBM autuou 159 motoristas na Rota do Sol, no trecho do Litoral Norte. Além disso, houve mais de 28,7 mil multas no litoral nesta Operação Golfinho por causa do excesso de velocidade. São 377 casos por dia e ainda houve um aumento de 130% em relação à última Operação. 
48ª Operação Golfinho
Acidentes – 318
Mortes – 7
Feridos – 221
* Dados do início da Operação, em dezembro de 2017, até 27 de fevereiro de 2018.
49ª Operação Golfinho
Acidentes – 279 (Redução de 12%)
Mortes – 10 (Aumento de 43%)
Feridos – 244 (Aumento de 10%)
* Dados do início da Operação, em dezembro de 2018, até 27 de fevereiro de 2019.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/verao/noticia/2019/03/apesar-de-queda-nos-acidentes-verao-de-2019-tem-mais-mortes-nas-estradas-estaduais-cjsudwexa001l01ujt7wyy9mv.html
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texto 2
  • Cerca de 1,35 milhão de pessoas morrem a cada ano em decorrência de acidentes no trânsito;
  • A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável fixou uma meta ambiciosa quanto à segurança no trânsito, que consiste em reduzir pela metade, até 2020, o número de mortos e feridos por acidentes de trânsito em todo o mundo;
  • Os acidentes de trânsito custam à maioria dos países 3% de seu produto interno bruto (PIB);
  • Mais da metade de todas as mortes no trânsito ocorre entre usuários vulneráveis das vias: pedestres, ciclistas e motociclistas;
  • 93% das mortes no trânsito ocorrem em países de baixa e média renda, embora estes concentrem aproximadamente 60% dos veículos do mundo;
  • As lesões ocorridas no trânsito são a principal causa de morte entre crianças e jovens de 5 a 29 anos.
A cada ano, a vida de aproximadamente 1,35 milhão de pessoas é interrompida devido a um acidente de trânsito. Entre 20 e 50 milhões de pessoas sofrem lesões não fatais, muitas delas resultando em incapacidade.
As lesões ocorridas no trânsito provocam perdas econômicas consideráveis para os indivíduos, suas famílias e países como um todo. Essas perdas decorrem dos custos com tratamentos (incluindo reabilitação e investigação do acidente), bem como da redução/perda de produtividade. Os acidentes de trânsito custam à maioria dos países 3% do seu produto interno bruto (PIB).

Status socioeconômico
Mais de 90% das mortes no trânsito ocorrem em países de baixa e média renda. As taxas de mortalidade por lesões no trânsito são mais elevadas na região africana da OMS. Mesmo em países de alta renda, pessoas de menor nível socioeconômico são mais propensas a se envolver nesses eventos.
Idade
As lesões ocorridas no trânsito são a principal causa de morte entre crianças e jovens de 5 a 29 anos.
Sexo
Desde cedo, os homens são mais propensos a se envolver em acidentes de trânsito do que as mulheres. Cerca de três quartos (73%) de todas as mortes no trânsito ocorrem entre jovens do sexo masculino com menos de 25 anos – que têm quase três vezes mais chances de morrer em acidentes de trânsito do que mulheres jovens.
Fatores de risco
Enfoque de sistemas de segurança: considerando erros humanos
O enfoque de sistemas seguros (Safe System) advoga por transportes seguros para todos os usuários das vias. Essa abordagem considera a vulnerabilidade das pessoas às lesões graves no trânsito e reconhece que o sistema deveria ser projetado para acomodar erros humanos.
Os pilares desse enfoque são as vias e corredores seguros, a velocidade segura, os veículos seguros e os usuários das vias seguros – os quais devem ser abordados para eliminar lesões fatais e reduzir lesões graves no trânsito.
Velocidade
Um aumento na velocidade média está diretamente relacionado tanto à probabilidade de ocorrência de um acidente quanto à gravidade das suas consequências. Cada aumento de 1% na velocidade média produz, por exemplo, um aumento de 4% no risco de acidente fatal e um aumento de 3% no risco de acidente grave. O risco de morte para pedestres atingidos frontalmente por automóveis aumenta consideravelmente (4,5 vezes de 50 km/h para 65 km/h).

No choque entre carros, o risco de morte para seus ocupantes é de 85% a 65 km/h.
Condução sob influência de álcool e outras substâncias
Conduzir sob a influência de álcool ou qualquer substância ou droga psicoativa aumenta o risco de acidente com morte e lesões graves.
O risco de uma colisão no trânsito começa com baixos níveis de concentração de álcool no sangue e aumenta significativamente quando o a Concentração de Álcool no Sangue (BAC) do motorista é ≥ 0,04 g/dl.
No caso do uso de drogas psicoativas, o risco de incorrer em um acidente de trânsito aumenta em diversos graus. O risco de acidente fatal com uma pessoa que consumiu anfetaminas, por exemplo, é cerca de 5 vezes o risco de alguém que não o fez.
Não utilização de capacetes para motociclistas, cintos de segurança e sistemas de retenção para crianças
O uso correto de capacetes pode reduzir em 42% o risco de mortes e em 69% o risco de lesões graves.
Usar o cinto de segurança reduz o risco de morte entre motoristas e passageiros dos bancos dianteiros entre 45% e 50% e o risco de morte e lesões graves entre passageiros dos bancos traseiros em 25%.
O uso de sistemas de retenção para crianças pode reduzir em 60% o número de mortes.
Direção distraída
Existem muitos tipos de distrações que podem levar a uma condução prejudicada. A distração causada por celulares é uma preocupação crescente para a segurança no trânsito.
Os condutores que usam celulares enquanto dirigem têm cerca de 4 vezes mais chances de estarem envolvidos em um acidente. O uso de um telefone ao dirigir diminui os tempos de reação (principalmente o tempo de reação da frenagem, mas também a reação aos sinais de trânsito) e dificulta que o condutor mantenha o carro na pista correta e guarde as distâncias de segurança.
A opção de viva-voz nos veículos não é muito mais segura do que os telefones à mão e as mensagens de texto durante a direção aumentam consideravelmente o risco de um acidente.
Infraestrutura viária insegura
O desenho das vias pode ter um impacto importante em sua segurança. Idealmente, elas devem ser projetadas considerando a segurança de todos os usuários das vias. Isso significa garantir serviços adequados para pedestres, ciclistas e motociclistas. Medidas como calçadas, ciclovias, pontos de passagem seguros e outras formas de ordenamento do trânsito são fundamentais para reduzir o risco de lesões.
Veículos inseguros
Veículos seguros desempenham um papel essencial na prevenção de acidentes e na redução da probabilidade de lesões graves. Há uma série de regulamentos das Nações Unidas sobre segurança veicular que, se aplicados aos padrões de produção dos países, potencialmente salvariam muitas vidas. Isso inclui exigir que os fabricantes de veículos cumpram as regulamentações de impacto dianteiro e lateral, incluindo controle eletrônico de estabilidade, airbags e cintos de segurança em todos os veículos. Sem esses padrões básicos, o risco de lesões no trânsito – tanto para os que estão nos veículos quanto para os que estão fora deles – aumenta consideravelmente.
Atenção inapropriada após acidentes
A demora na detecção e no atendimento aos envolvidos em um acidente de trânsito aumentam a gravidade dos ferimentos. O cuidado com as lesões é extremamente sensível ao tempo: atrasos de minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Melhorar os cuidados após os acidentes requer a garantia de acesso ao atendimento pré-hospitalar oportuno e à melhoria da qualidade do atendimento pré-hospitalar e hospitalar, por meio de programas de treinamento especializados, por exemplo.
Cumprimento insuficiente das normas/leis de trânsito
Se as leis de trânsito relacionadas à direção sob efeitos do álcool, uso do cinto de segurança, limites de velocidade, capacetes e sistemas de retenção para crianças não forem cumpridas, elas não poderão resultar na redução esperada nas mortes e lesões no trânsito.
 A aplicação efetiva da legislação inclui o estabelecimento, atualização regular e cumprimento de leis em níveis nacional, estadual e municipal que abordam os fatores de risco mencionados acima. Inclui também a definição das penalidades apropriadas.
O que pode ser feito para prevenir as lesões no trânsito
Lesões no trânsito podem ser evitadas. Os governos precisam adotar medidas para abordar a segurança no trânsito de maneira integral. Isso requer envolvimento de vários setores, como transporte, segurança pública, saúde, educação e ações que tratam da segurança viária, veículos e seus usuários.
Entre a lista de intervenções eficazes estão: desenhar uma infraestrutura mais segura e incorporar elementos de segurança viária na planificação do uso de solo e de transportes; melhorar os dispositivos de segurança dos veículos e a atenção às vítimas de acidentes de trânsito; estabelecer e aplicar normas relacionadas aos principais riscos; e aumentar a conscientização pública sobre o tema.
Resposta mundial
Fornecendo suporte técnico aos países
A OMS trabalha em todo o espectro nos países, de forma multissetorial e em parceria com partes interessadas nacionais e internacionais de diversos setores. Seu objetivo é apoiar os Estados Membros no planejamento, implementação e avaliação de políticas de segurança no trânsito.
Em 2017, a OMS lançou um pacote técnico de segurança no trânsito, Save LIVES que sintetiza medidas baseadas em evidências capazes de reduzir significativamente as mortes e lesões no trânsito. O documento tem foco na gestão de velocidade, liderança, desenho e melhoria de infraestrutura, normas de segurança dos veículos, aplicação das leis de trânsito e sobrevivência pós-acidente.
O pacote prioriza seis estratégias e 22 intervenções que abordam os fatores de risco destacados anteriormente e fornece orientação aos Estados Membros sobre sua implementação para salvar vidas e atingir a meta de reduzir pela metade o número de mortos e feridos no trânsito em todo o mundo até 2020.
Coordenando a Década de Ação pela Segurança no Trânsito
A OMS é a agência que lidera – em colaboração com as comissões regionais da ONU – as ações para segurança no trânsito dentro do sistema das Nações Unidas. Preside a Colaboração das Nações Unidas para a Segurança no Trânsito e serve como base para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020.
Proclamada por meio de uma resolução da Assembleia Geral da ONU em 2010, a década foi lançada em maio de 2011 em mais de 110 países, com o objetivo de salvar milhões de vidas implementando um plano global.
A OMS também desempenha um papel fundamental na orientação dos esforços globais, continuando a defender a segurança no trânsito nos mais altos níveis políticos: compilando e disseminando boas práticas em prevenção, coleta de dados e atendimento aos traumas; compartilhando informações com o público sobre riscos e como reduzi-los; e chamando a atenção para a necessidade de aumentar o financiamento nessa área. https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5147:acidentes-de-transito-folha-informativa&Itemid=779

 texto 3
A metade das mortes de jovens entre 10 e 24 anos em países do continente americano ocorre por causas evitáveis. As três principais são os homicídios, os acidentes de trânsito e os suicídios. O dado é de relatório recente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que analisa informações sobre a saúde dos jovens das Américas entre 2010 e 2018
O relatório registra que a taxa de mortalidade de jovens na região é maior entre os homens. Os homicídios matam a cada ano mais de 45 mil jovens entre 15 e 24 anos nas Américas. A maioria dos casos envolve armas de fogo.
Outro dado mostra que a taxa de suicídios vem aumentando em toda a região e as mortes também atingem, principalmente, os jovens do sexo masculino.  São cerca de 12 mil mortes por suicídio a cada ano na faixa etária entre 15 e 24 anos.
Em relação ao trânsito, os condutores jovens têm até dez vezes mais probabilidade de se envolver em acidentes que os adultos. Aproximadamente 30 mil jovens de 15 a 24 anos morrem a cada ano no trânsito nas Américas.
O número de casos de gravidez entre jovens também foi analisado pela Opas. A conclusão é que a América Latina e o Caribe tiveram a segunda taxa mais alta de gravidez entre jovens de 15 a 19 anos no período entre 2010 e 2015.
O informe sugere que, além de ações para melhorar a saúde dos jovens da região, é preciso que o atendimento envolva outras áreas, as famílias, as escolas e a comunidade para atuarem no sentido de melhorar as condições de vida dessa faixa etária. Sugere também a adoção de ações dirigidas a grupos vulneráveis como os indígenas e afrodescendentes.
O relatório da Opas analisou dados de 48 países e territórios das Américas. https://portaldotransito.com.br/noticias/metade-das-mortes-de-jovens-das-americas-ocorre-por-causas-evitaveis/

 TEXTO 4

Dados por país


Mortes por acidentes de trânsito no mundo.

ACESSE O SITE


 https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/06/110622_mapa_estradas.shtml



opcional, site do governo de  São Paulo

Motos respondem por 80% das internações pelos acidentes de trânsito







segunda-feira, 29 de abril de 2019

TESTANDOGRAVAÇÃODEAULA

RESPOSTA A UM VESTIBULANDO MEIO TRISTONHO E INSEGURO.

FROM SPOTTED ETAPA

 “É normal mesmo não sendo nem meio do ano já estar se sentindo um lixo, triste e burro no cursinho? É exatamente assim que eu to. Vejo o pessoal aparentemente feliz e queria saber como levar, pq olha.....”
97Marina Gesdermayer, Eduardo Ito e outras 95 pessoas
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26 de abril às 16:2
Rose Marinho Prado Ser ou não ser normal? Acho que você se preocupa consigo mesmo, com sua tristeza. Isso é sinal de saúde mental, o que você faz é uma espécie de metalinguagem de si mesmo. Está bem nesse processo de auto-análise. Porém, precisa buscar ajuda, acho que no psicólogo. A PUC ou outras universidades oferecem serviço gratuito. Invista nisso, pois o que penso? Se o vestibular é injusto, judia do jovem, hoje, agora, neste instante, não há o que fazer, a não ser olhar para dentro de si e verificar que a corda que nos ata à luta, quase desumana, de estudar tanto ( a escola brasileira só aperta o caldo - ferve- no vestibular, antes não exigiu muito, daí a sua dor, o seu desespero. O caldo fervendo tem como causa não um projeto pedagógico bacana, mas apenas a concorrência grande que aí sim obriga os carinhas a correrem atrás do que poderiam ter aprendido nos tantos anos de escola em que olhavam a lousa e pensavam no fim de semana ou no porquê de o pai querer deixar a mãe.... etc e tal). Vejo sua fala como um pedido de ajuda. Não sou tão sábia para dizer o que fazer mas ouso pedir que busque uma faculdade que ofereça psicólogo gratuito. E se tiver convênio médico saiba que todos são obrigados da oferecer psicólogos. Cheque se o profissional é bom, nem todos de convênio serão. Vá durante um mês. Se sentir que a vida ganha uns pingos de purpurina então o caminho é certo. O vestibular massacra, é injusto mas o carinha da seca que não tem como plantar vai ralar lutar até conseguir o seu feijão. É do homem lutar pela vida. E a vida do jovem que mora na city é ou criar um negócio próprio, ser nômade digital - precisa coragem - ou lidar com o cursinho e os estudos.
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ALUNOS PODEM FILMAR PROFESSORES?

aulas de redação on line
correções avulsas gravadas https://www.facebook.com/pg/aula.de.redacao.online/reviews/?ref=page_internal




 Faça uma dissertação,estilo Unesp, em que analise a possibilidade de um aluno filmar professor em sala de aula.



TEXTO 1
“Professor tem que ensinar e não doutrinar”. Na conta de Twitter do presidente Jair Bolsonaro, que se acredita ser gerida principalmente pelo filho Carlos, foi partilhado este domingo um vídeo que foi captado por uma aluna que se insurgiu contra as opiniões políticas transmitidas por uma professora, em plena aula de gramática — incluindo chamar “anta” a Olavo Carvalho, o chamado “guru” intelectual de Jair Bolsonaro.
No vídeo não aparece o rosto da professora de gramática, apenas o rosto da aluna — cuja identidade não é conhecida –, filmado de baixo para cima. Consegue-se ouvir, no entanto, a professora a referir-se ao ideólogo Olavo Carvalho como uma “anta”, que “mete o pau em tudo”. Essa não terá sido a primeira crítica feita pela professora a pessoas próximas do governo, já que a aluna diz no vídeo que a professora tinha estado os 25 minutos anteriores a “expor a sua opinião político-partidária”.
A senhora não pode entrar aqui e falar o que a senhora quiser. Estou pagando pela aula de gramática”, afirmou a aluna, que garantiu à professora que iria passar a gravar todas as suas aulas para colocar os vídeos na internet (isto em resposta ao fato de a professora ter reagido às críticas pedindo à aluna que se fosse queixar ao diretor da escola).

Professor tem que ensinar e não doutrinar.


TEXTO 2
‘’Amigos tenho um problema. Leciono em um escola pública, localizada em região de aglomerado, onde vários alunos afrontam diariamente os professores, invadem salas para agredir alunos, batem nas portas durante as aulas, permanecem dentro da sala gritando e incomodando alunos, tornando impossível o desenvolvimento das aulas. Gostaria de saber se consigo na justiça o direito de filmar as aulas que ministro, de forma que eu recolha provas para: exigir providências do empregador, no sentido de promoção de melhores condições de trabalho; buscar direitos no caso de agressão sofrida; me defender de acusações falsas realizadas por alunos; buscar meus direitos de ser respeitado enquanto servidor público.
RESPOSTA
João,

parece complexo, mas é relativamente simples.

A Constituição e o ECA garantem o direito a intimidade e à privacidade dos alunos.

Pode-se filmar em áreas públicas.

A escola e a sala de aula são locais COLETIVOS, cujas regras são ditadas pelas leis, direção e participantes (alunos, pais, professores).

Atualmente, em nome da segurança, aceita-se, tolera-se, monitoramento em praticamente todos os lugares.

Se a Direção da escola instala câmaras de monitoramento, estas fiscalizarão todo o ambiente escolar.

A filmagem que você pretende, geraria imagem apenas em sua sala de aula. Neste caso, estaria nítida a discriminação, o tratamento desigual.

Assim, legalmente, é proibido filmar a sua sala de aula e usar as imagens em desfavor dos alunos.

Entretanto, havendo autorização expressa dos pais e aviso, informação bem visível para todos os alunos, é possível a filmagem.

Outra opção é solicitar autorização da direção para a sua filmagem, o que não a torna legal, mas transfere a responsabilidade para a diretoria.’’.


Texto 3
Você deverá acessar o contéudo no link
A polícia de São Paulo vai passar a filmar pessoas em ações com câmeras acopladas aos uniformes. Mas este é só mais um passo de um fenômeno contemporâneo: temos hoje 8,6 bilhões de smartphones no mundo e uma câmera de segurança em cada esquina das grandes cidades. Mais do que nunca, sorria, pois você está sendo fotografado ou filmado. E muitas vezes, é julgado a partir disso. Só para ficarmos em exemplos recentes, tivemos o presidente Jair Bolsonaro incentivando alunos a filmar professores para obter prova de "doutrinação política"; o governo federal pedindo filmagem de alunos cantando o Hino Nacional; e uma youtuber vegana sendo fotografada comendo filé de peixe. Até o vídeo de u... - Veja mais em https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/04/03/quando-voce-pode-ser-filmado-sem-autorizacao.htm?cmpid=copiaecola

Texto 4
Para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, filmar professores em sala de aula é um direito dos alunos. Ele disse que ainda irá analisar o conteúdo dos vídeos compartilhados nas redes sociais neste domingo, 28, pelo presidente Jair Bolsonaro e por seu filho, Carlos, para saber se alguma irregularidade foi cometida pelos educadores.
“Não incentivo ninguém a filmar uma conversa na rua, mas as pessoas têm o direito de filmar. Isso é liberdade individual de cada um. Vou olhar os casos com calma. Não faremos nada de supetão”, afirmou Weintraub ao Estado, lembrando que, como professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sempre deixou que seus alunos gravassem as aulas e fotografassem a lousa.
Segundo o ministro, o objetivo não é “criar um clima de caça às bruxas” e os professores devem ficar tranquilos, pois “o direito de todos será preservado”. Ele afirmou, porém, que podem ser necessárias medidas para “melhorar o ambiente escolar” nos casos relatados.
“Pelo que me foi descrito, o dinheiro do contribuinte não estava sendo gasto da melhor forma. Se eu tivesse pagando por uma aula dessas, eu me sentiria lesado. Agora, vamos olhar com calma e analisar dentro da lei o que pode ser feito, respeitando professores, alunos e pagadores de impostos”, disse.
Bolsonaro compartilhou no Twitter na manhã deste domingo um vídeo com a legenda "professor tem que ensinar e não doutrinar". Ele mostra uma aluna questionando uma professora sobre críticas que teriam sido feitas por ela ao governo, ao projeto “Escola sem Partido” e ao guru bolsonarista, Olavo de Carvalho.
Minutos depois, Carlos compartilhou na mesma rede social um vídeo no qual um professor discutia com um aluno, gritava, e falava mal de Bolsonaro. Carlos publicou o vídeo com a legenda “Gravar/filmar aulas é ato de legítima defesa contra os predadores ideológicos disfarçados de professores”.
O ministro afirmou que os professores não devem ficar "apavorados" e que têm liberdade para tecer comentários fora do horário da aula. "Claro que ele pode fazer comentários e pode ter sua opinião. Se ele fala qualquer coisa no intervalo, está no direito dele. Se a aula foi boa, o aluno aprendeu, não temos nada com isso", disse

“ A aula é um templo sagrado. A invasão de câmeras que controlem o professor dá ao aluno espécie de arma de fogo. Justo num país em que professores já sofrem violência,  tem-se que a permissão da vigilância dos mestres torná-los-á reféns dos alunos (já não o têm sido?) e não sujeito de sua cátedra. 
Professor de natação que não passe firmeza, que não tenha permissão de usar a metodologia que conhece, levará às profundas da água seus pupilos. 
Depois não digam que não avisei! Não retirem do professor a palmatória, não mais, a da violência mas aquela que engendra em sua voz autoridade tal que o aprendiz se cala para ouvir. E tendo aprendido aí sim poderá mais à frente contestar, reclamar. Que o faça já em voo de maturidade e não, em tempo de calças curtas (calças curtas é só uma metáfora passadista, Senhores). ’’. Professora Domitila Freitas, Colégio Imaculada em palestra " Parem de oprimir os mestres! Rio de Janeiro.

Texto 5

Em Alphaville (1965), somos inseridos na trajetória do agente secreto Lenny Caution (Eddie Constantine, em ótima performance). Ao chegar em Alphaville, uma cidade alocada num futuro não muito distante, controlada por um computador intitulado Alpha 60, o agente precisa cumprir uma complexa missão: acabar com os planos do Dr. Von Braun, criador do Alpha 60, a fim de evitar uma guerra intergaláctica.
Nessa sociedade planejada, as palavras em circulação são controladas pela máquina. O horizonte existencial dos habitantes de Alphaville se encontra artificialmente limitado. No local, o agente Caution presencia toda a descrença das pessoas, bem como a falta de liberdade de expressão. E é nesse mesmo contexto que vai conhecer Natasha (Anna Karina), mulher por quem irá se apaixonar, mesmo diante de tanta turbulência.
Com estrutura semelhante às narrativas literárias Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, e 1984, de George Orwell, Alphaville é um filme que aborda sociologicamente o temor que o período posterior à Segunda Guerra Mundial trouxe, pois as novas tecnologias haviam reconfigurado o mundo que passava por constantes e frenéticas transformações. A preocupação com a vida moderna, com o estado das coisas, com as relações interpessoais e com as marcas cada vez mais profundas do capitalismo, além do autoritarismo das ditaduras, está presente, mesmo que iconograficamente, no filme. O que não é dito na narrativa é representado por elementos do espaço cênico.
No que tange aos aspectos estruturais, o roteiro é um dos pontos mais fortes. “O ideal em Alphaville é a tecnocracia como as de formigas e cupins”. Exposta por um dos personagens, o trecho nos remete a uma clara noção de exaltação do coletivo e o sentimento de repulsa aos sentimentos individuais oriundos de pessoas portadoras de emoções e opiniões próprias, algo que não condiz com a realidade local, um espaço controlado milimetricamente. Quando, em outro momento, um personagem diz que “o presente é a forma de toda a vida (…) antes de nós nada existiu aqui”, o filme adentra na seara teórica dos estudos sobre a memória. Numa alusão à anulação da memória, os habitantes do local são pessoas que negaram as suas existências, pois agem como peças de uma espécie de situação experimental.
Dentre outras passagens marcantes, temos o momento em que um dos personagens afirma que “a poesia transforma a noite em luz”. Diante da obscuridade das posturas de quem dita o local, a fala nos remete, salvas as devidas proporções, ao que Platão prega sobre a presença da “poesia” na vida dos soldados em A República. Poesia para quê, se os habitantes precisam estar preparados para coisas mais práticas na vida? Esse é um dos numerosos momentos do filme em que Alphaville aproxima-se de Fahrenheit 451, do cineasta François Truffaut, adaptado do romance homônimo de Ray Bradbury: a literatura como mal, produto nocivo para a racionalização do pensamento.
Ainda na seara textual, o desenvolvimento do agente Caution nos remete aos mais variados personagens da mitologia que compõe a história ocidental. O protagonista lembra o mito de Orfeu, pois resgata a sua amada e pede que ela não olhe para trás, assim como nos remete à história de Ló, do Gênesis, livro que inicia a Bíblia Sagrada. Na passagem temos o reforço dessa condição de não olhar para trás ao abandonar o local, pois como aponta Ló, a mulher que não obedeceu transformou-se em estátua de sal ao trilhar o caminho de saída de Sodoma e Gomorra.Alphaville (Alphaville, França – 1965)
Direção: Jean-Luc Godard
Roteiro: Jean-Luc Godard
Elenco: Eddie Constantine, Anna Karina, Akim Tamiroff, Valérie Boisgel, Jean-Louis Comolli, Christa Lang, Howard Vernon, Jean-Pierre Léaud.
Duração: 98 min.
https://www.planocritico.com/critica-alphaville-1965/

TRECHO DO FILME

https://www.youtube.com/watch?v=D9BxzdcfLQI

https://www.youtube.com/watch?v=8OjSqRCj3q8



TEXTO 6


Escola sem partido
A vigilância de alunos sobre professores é uma das principais bandeiras do projeto Escola Sem Partido — apoiado por Bolsonaro —, que propõe acabar com uma suposta “doutrinação” por parte de docentes. Embora o projeto já seja motivo de debate há alguns anos, somente a nova versão dele — apresentada em fevereiro pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) — prevê, expressamente, que os alunos podem gravar as aulas.
“É assegurado aos estudantes o direito de gravar as aulas, a fim de permitir a melhor absorção do conteúdo ministrado e de viabilizar o pleno exercício do direito dos pais ou responsáveis de ter ciência do processo pedagógico e avaliar a qualidade dos serviços prestados pela escola.”
O projeto está em debate no Congresso, e sua aprovação é vista por Bolsonaro e por muitos deputados do PSL como prioridade do governo.
O novo texto tem, em geral, medidas mais rigorosas para fiscalizar os professores do que as versões anteriores. Ele proíbe, por exemplo, que os grêmios estudantis promovam atividades político-partidárias e considera “ato de improbidade administrativa” o descumprimento de quaisquer dos pontos previstos pelo projeto. Também prevê a criação pelo Poder Público de um “canal de denúncias” destinado a reclamações de estudantes em relação a professores.
No entanto, o movimento Escola Sem Partido já foi contestado pela Advocacia-Geral da União, pelo Ministério Público Federal e por associações de professores.
“A insistência nessa pauta é um desrespeito com o mundo educacional. É uma proposta que fere princípios constitucionais de liberdade de cátedra e de pluralidade pedagógica”, criticou a doutora em Educação pela USP Denise Carreira, coordenadora da Ação Educativa, em entrevista ao jornal O Globo em fevereiro deste ano.
Questionada sobre dispositivos que protejam os professores de perseguições, a deputada Bia Kicis, autora da nova versão do projeto, afirmou ao Globo, também em fevereiro, que a intenção é apenas garantir o “direito das crianças”.
Na mesma noite em que Jair Bolsonaro foi eleito, em 28 de outubro, a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL-SC) gerou repúdio de entidades de educação ao pedir na internet que estudantes vigiassem seus professores e denunciassem “manifestações político-partidárias ou ideológicas”. A deputada disponibilizou, na ocasião, um número de WhatsApp para que os alunos enviassem vídeos das aulas de professores.
Um dia depois, o Ministério Público de Santa Catarina informou que foi aberto um procedimento para apurar possível violação ao direito à educação dos estudantes.http://www.osul.com.br/bolsonaro-compartilhou-o-video-de-uma-aluna-que-filmou-a-professora-em-aula/
OPINIÕES DE LEITORES

Eduardo Silva
Eu particularmente estou adorando isto, pois professores são pagos para ensinar e não para expor sua oqpinião ou ideologia politica partidaria, não é ditadura como alguns dizem mas sim questão de respeito e disciplina e tambem tem que por limites em marginais que se dizem estudantes independente de classe social.
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Takuo Okada
Olha pelo vídeo o aluno é do ensino fundamental e acho que esta opinião é do pai do aluno que tem raiva ou rancor pelo ensino ou da direita ou da esquerda.
O perigo no Brasil é que não está sendo ensinado ou transmtidino o qiue é certo ou errado ou decente ou indecente e moral ou imoral.
Tudo é colocado se é da DIREITA ou ESQUERDA , esquecem que tem uma linha do que é moral ou imoral ou certo ou errado e hoje nada é discutido numa mesa com serenidadee já partem para briga.
Esse exemplo vem dos nosso legisladores que parecem um ringue onde deve haver só um vencedor ou nós ( elietores) mudamos esta situação ou nós continuaremos indefinidamente na messo bolo , entra e sai de deputados e senadores mas nada é resolvido ou melhorado.
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Regis Gerhardt De Souza Gerhardt
Sou a favor de qualquer denúncia contra os direitos educacionais , sejam estruturais da escola , conduta do corpo docente , do aluno e principalmente o conteúdo ministrado pelo professor.
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Jean Carlo Mantelli Mantelli
Seria importante alunos filmarem as escolas deste Brasil a fora, as condições que muitos alunos enfrentam no seu dia a dia sem merenda, teto caindo, transporte escolar, professores com salários defasados e atrasados, não dê uma única aluna filiada a partido que tem um pai Rico que paga cursinho leva e traz todo dia e pensa só neles mesmo!!! Acorda pra realidade!!
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Laila Mendez
A Censura da ditadura está voltando!
CurtirResponder5 hhttp://www.osul.com.br/bolsonaro-compartilhou-o-video-de-uma-aluna-que-filmou-a-professora-em-aula/


texto 7

Eu sei que o Brasil é um celeiro de corporativistas. E sei que o tema é meio espinhoso. Mas quando se paga (isso vale para escola pública também, já que é com o dinheiro do nosso imposto) para assistir aula de gramática ou matemática ou biologia ou história ou geografia, o aluno tem obrigação de cobrar isso do professor. E, já que, infelizmente, os jumentos diretores e coordenadores, geralmente, têm opiniões muito parecidas com às dos professores, não vejo nada demais o aluno gravar em seu celular como prova.
"Ain, amanhã se a esquerda também fizer isso com os de direita você não poderá reclamar..."
Gafanhoto, minha opinião altamente abalizada serve para os dois lados. Não vejo nada demais em gravar aulas. Além de ser útil para o aprendizado. Rever é muito bom, sabia?
"Ain, mas o jovem atual não quer saber de rever aulas..." Bom, isso é com eles. Que fique disponível para a meia dúzia que queira.
"Ain, mas o professor se sentirá vigiado e isso fere a liberdade yada yada yada".
Kiridus, muitas empresas filmam seus funcionários. Vocês sabiam que muitas empresas credenciadas do Inmetro são obrigadas a ter câmeras por todo estabelecimento? E quem não faz nada errado, não tem do que ter medo.
Quer dizer que, por essa lógica, vocês devem ser contra colocar câmera para babás e cuidadores que espancam crianças ou idosos, né?

Repito: o Brasil é um celeiro de corporativistas.
Eu tenho vergonha disso. 
#oquevocefazquandoninguemtevefazendo Janice Tomanini


texto 8

Paulo Beraldo

São Paulo

29/04/2019 18h19

Juristas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, 29, afirmaram que a filmagem de professores em sala de aula, como propôs o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pode violar direitos fundamentais dos educadores e é inconstitucional.
A Constituição Federal determina que "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação". Na avaliação do jurista Leonardo Bertolazzi, sócio-coordenador da área de propriedade intelectual do escritório Braga Nascimento, o direito à imagem é "inviolável".

Ele diz ainda que Lei de Direitos Autorais (9.610/1998) é clara ao estabelecer que a gravação de uma pessoa depende de sua autorização expressa. Bertolazzi diz que há várias medidas legais que permitem aos professores acionarem judicialmente alunos que filmarem o conteúdo autoral, como as aulas, ou usarem a imagem sem consentimento. "Um trecho de uma aula, retirado de um contexto, pode prejudicar a imagem do profissional. Isso pode impulsionar diversas demandas judiciais e, em última análise, sobrecarregar o judiciário com esse tipo de pedido".

O constitucionalista Saulo Stefanone Alle, do Peixoto & Cury Advogados, reforça que para um aluno poder filmar um professor é preciso autorização ou em caso de previsão contratual da instituição de ensino. "A propriedade do professor, o seu modo de ensinar e o conhecimento organizado, fazem parte de uma obra intelectual. Por isso, é preciso respeitar os direitos patrimoniais dos docentes".

Professores contratados em regime de educação à distância assinam contratos temporários que podem ser renovados periodicamente para que o conteúdo possa ser atualizado e continuar sendo divulgado. Para Stefanone Alle, no entanto, há uma diferença considerável: o objetivo da gravação. "Um caso é gravar o professor com sua autorização por conta do estudo relacionado ao curso. Outra situação é gravar com a finalidade de constranger, tirando de contexto e atrapalhando a discussão dentro da sala".

Ele lembra que a Constituição de 1988 prevê ainda a "liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber".

'Censura velada'

Já o filósofo Luiz Bueno, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), diz que os professores são respaldados pela liberdade de cátedra e que é um valor fundamental do professor a liberdade de ensinar sem ter de passar o conteúdo pelo crivo dos alunos ou dos pais. "É exatamente o contrário. Ele tem de ter liberdade e autoridade para poder determinar conteúdos e processos avaliativos", afirma.

Para ele, a ideia de filmar um professor não traz acrescimento ao processo de aquisição de conhecimento. "Vem num clima de denúncia, de controle, de fiscalização da atividade do professor. É uma forma velada de censura que tende a prejudicar o ambiente educacional. É um movimento que aparenta um discurso de liberdade mas esconde uma forma de censura, é típico de regimes totalitários".

Relembre o que disse o ministro

O ministro da Educação afirmou ao Estado que filmar professores é um direito dos alunos. "Não incentivo ninguém a filmar uma conversa na rua, mas as pessoas têm o direito de filmar. Isso é liberdade individual de cada um. Vou olhar os casos com calma. Não faremos nada de supetão", afirmou Weintraub. O ministro afirmou ainda que o objetivo não é criar um clima de "caça às bruxas" e que os direitos dos professores será preservado.

TRÊS PERGUNTAS PARA: RAFAEL MAFEI, PROFESSOR DA FACULDADE DE DIREITO DA USP

O que diz a lei sobre a liberdade ideológica no ambiente universitário e escolar?

O direito brasileiro é explícito em configurar os ambientes de sala de aula e de pesquisa, nos níveis escolar e universitário, como espaços de liberdade aguda para a expressão de teorias, ideias e opiniões. Isso é dito tanto na Constituição quanto nas leis que regulam os ensinos fundamental e médio no Brasil, como é o caso da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Por isso, qualquer medida que agrida a essa liberdade, concreta ou potencialmente, é em princípio contrária ao direito.

É preciso ser ambicioso na interpretação para reconhecer as muitas formas que essas agressões podem tomar, sob pena de diminuir a efetividade da proteção legal: não apenas demissões ou sanções formais, mas também denúncias difamatórias em redes sociais ou grupos de mensagens, como também procedimentos disciplinares puramente intimidatórios, se tiverem por objetivo constranger ideologicamente professores, não têm amparo legal. Essa é uma via de mão dupla: tampouco alunos podem ser perseguidos, intimidados, ridicularizados, ou prejudicados nas suas avaliações ou no ambiente escolar em razão de sua posição política divergir da posição do professor.

Qual sua avaliação sobre filmagens ou gravação de áudios de docentes no ambiente escolar e acadêmico?

Todos têm direito a não ter sua imagem e voz gravadas e divulgadas sem prévio consentimento expresso. A Constituição protege nossa imagem como parte de nossa privacidade de maneira muito forte, classificando-a de 'inviolável'. Assim, a conduta de filmar e divulgar uma pessoa sem seu consentimento - mais ainda com o intuito de constrangê-la no exercício de seu direito de livre exercício profissional ou liberdade científica - é flagrantemente ilegal.

Aulas e palestras são também patrimônio intelectual do professor e não podem ser gravadas, muito menos divulgadas, sem sua expressa autorização. A violação desses deveres dá ao professor direito de reparação por danos morais ou materiais, conforme o caso.

Como devem agir as instituições de ensino nesses casos?

Entendo que a direção de um estabelecimento educacional tem o dever de colocar-se ao lado do professor agredido e defendê-lo contra violências e intimidações praticadas por alunos e pais. Como empregadores, as escolas são responsáveis pela integridade de seus funcionários (professores) em sua relação de trabalho, devendo protegê-los de constrangimentos ilegais e assédios de qualquer natureza. Ao receber a notícia de que um professor está sofrendo intimidação ou agressões presenciais ou virtuais por suas posições políticas e ideológicas, a escola tem o dever de agir em sua proteção.

Os casos em que o direito permite o uso de filmagem não autorizada de alguém limitam-se às situações em que tal filmagem é constituída como prova para a defesa contra um crime de que se é vítima. Assim, é perfeitamente lícita a conduta de uma aluna filmar, clandestinamente, o assédio sexual de seu professor para defender-se de suas investidas, fazê-las cessar, e vê-lo punido; mas é ilícito o ato de intimidar o professor no livre exercício de sua profissão apenas por divergir de sua posição ideológica ou político-partidária, ou por não compartilhar da opinião dele sobre Jair Bolsonaro, Lula, Olavo de Carvalho ou Paulo Freire.https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2019/04/29/para-juristas-filmagem-de-professores-viola-direitos-e-e-inconstitucional.htm?utm_source=facebook&utm_medium=social-media&utm_campaign=noticias&utm_content=geral





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